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Carnaval 2010

Faustina volta à Praia; Faustina volta à Terra !...

      Tô Bão ! 

Foi a mesmíssima viagem dos anos passado e retrasado. Voltamos a Carapebus nesse carnaval de 2010. O diferente foi a companhia que tivemos nessa estada no Espírito Santo, sendo a turma mais reduzida e parecida com o carnaval de 2008. Eu, Rose, Chico e nossa Zequinha Novata, que vai acumulando quilometragem visando a promoção a Zequinha de Primeira Categoria. Em 2008 ela nos acompanhou nesse mesmo destino, só que dentro da barriga ainda. Os programas foram também muito parecidos com os dos anos anteriores, pois lá a rotina é maçante, e exige muito da gente. Tem que sair no bloco das "meninas", o tradicional bloco das Carapiranhas, tem que ir à praia, comer caranguejo, viajar por perto, brincar na mangueira e de vez em quando até tomar banho por lá. A água da mangueira lá em Carapebus continua quente. Em resumo: um transtorno...

Senti falta do Manjuba & Cia, e dos demais amigos da antiga. Não tinha absolutamente ninguém dos tempos idos. Mas nós quatro nos viramos muito bem, e deu para comer caranguejo no "Triangulo das Bermudas" na Praia do Canto, passear por Camburi, e ir para o litoral norte, onde subimos ao norte beirando o litoral como em 2008, só que esticamos até Linhares, para conhecer o Rio Doce por lá. São 636 metros de ponte. A idéia era ir até a foz do Rio Doce, conhecendo o que deve ser uma maravilha,  mas vai ficar como projeto futuro também. Não dava tempo de ver nada por lá, pelo horário que saímos.

Falando em projeto futuro, um projeto que era para o futuro no ano passado foi transportado para o presente. Isso ! Aquela presepada de retornar por terra em uma parte da viagem foi executada, e compensou imensamente. Voltamos só eu e Chico, que nem na ida, mas neste ano eu tinha confiança que não tinha no motor da Faustina no ano passado. Aqueles aquecimentos me fizeram desistir do projeto ano atrás, mas com tudo resolvido coloquei em prática. O roteiro foi entrar para Cariacica ao invés de seguir no Contorno de Vitória, rumar para Santa Leopoldina, subindo a serra até Santa Maria do Jetibá e Itarana, ai sim, entrando na terra até Laranja da Terra, atravessar a divisa e chegar à Mutum, já em Minas Gerais. Foram 110 Km de terra, e o percurso foi aumentado em exatamente 100 Km, como eu previ na história do carnaval do ano passado. Também acertei que o tempo de viagem agradavelmente aumentaria bastante, o que num precisa ser nenhum médium prá adivinhar isso. Na ida gastei exatas 12 horas, contando as paradas inclusive para almoçar. Não tinha esse costume, mas vamos ficando velhos, e notei que almoçando o ânimo na chegada é outro. A fraqueza não bate mais à porta como batia, quando viajava direto sem almoço. Mas na volta, acordei às 5:15, comecei a arrumar as coisas na Faustina, e segui para deixar minhas meninas no Aeroporto das Goiabeiras. Sei que eram quase 9 da manhã quando consegui sair do posto no Contorno de Vitória e efetivamente começar a viagem de volta.

Como quase sempre, cada parada é seguida por conversas e mais conversas, atraídas pela Faustina, ou pelo Chico, ou  de vez em quando por ambos. Tem gente que diz que não vê um carro desses há muito, ou acha estranho um cachorro andando de carro. Eu vejo Rural é todo dia, e acho absolutamente normal o Chico como bom acompanhante. Mas as conversas são sempre inevitáveis, e muitas não são tão breves, esticando o tempo da viagem. Sei que foram aproximadamente 17:30 horas de viagem na volta. Mesmo assim porque a partir de Mutum resolvi não tocar mais por terra, pois já eram 4 e cacetada da tarde. Segui prá Laginha, e de lá para a BR 262. Dei uma errada, pegando a saída para Ibatiba, seguindo uma placa de "BR 262". Só notei isso quando parei em uma biquinha ao lado da estrada, para pegar água e dar ao Chico. Olhei para traz e na pista contrária tinha uma placa de "Divisa de Estado MG/ES". Isso mesmo !... Voltei para o Espírito Santo, após atravessar para Minas por terra. Fiz as contas e vi que se voltasse tomaria ainda mais prejuízo de tempo, pois o erro ia me custa somente uns 10 Km de volta. Sabia que ia ter os banguelões antes de Pequiá, e a viagem ia adiantar. É estranho falar em prejuízo de tempo, ou de pressa quando se viaja de Jeep, ou de Rural que é a mesma coisa que Jeep no final das contas. Mas na verdade eu tava era doidinho prá chegar e ver minhas duas meninas. Vim pensando nelas, além de outras divagações que sempre assola a gente quando estamos sozinhos. Eu estava com o Chico na verdade, ótimo e animado companheiro, mas ele estava um pouco calado nessa viagem, daí tanta introspecção. Claro que não deixei de curtir nem um metro a menos da viagem por isso, mas não estava mais com vontade de dormir caminho à fora, como até ventilei se tivesse seguido de Mutum à Ipanema. Rodei direto, sem escalas, de Laginha até pouco depois de Rio Casca. O sol nos abandonou na descida da serra em Santo Antônio do Grama, aquela serra bonita entre Rio Casca e Abre Campo, com cercas vivas na vista próxima, e Ouro Preto e Itabirito na mais longínqua. Já era hora de um descanso. Parei em uma venda lanchonete, dei água ao Chico que se interessou foi por uma cachorrinha. Espantei um, puxei o outro, e numa bobeada o atentado do Chico me resolve namorar. Tive que esperar, mas sem transtorno algum, além da falta de sinal no telefone, ou um orelhão, para conversar em casa. Depois dessa parada forçadamente longa, tive o gosto de subir a Serras dos 9, em São Domingos do Prata, sem aquecimento anormal algum. Esquentou o motor, muito pouco, mas subi do jeito que eu queria. Com isso fica a Faustina declarada altamente confiável, faltando amaciar mais um pouco o motor que nem tem 17.000 Km, somente. Esse BF Willys é bruto que nem motor de caminhão, que só amacia lá pelos 30.000 Km...

Um detalhe importante sobre a Faustina não posso esquecer. É sobre a manutenção que ela pediu durante a viagem. Nenhuma ! Na verdade nem abri o capô, hora alguma. Só lembrava que tinha motor lá embaixo, durante os 1.653 Km de viagem, quando ele fazia barulho ao funcionar, ou fazia o carro andar ao acelerar. Não olhei nem óleo, nem água. Falta de responsabilidade ? Excesso de confiança, de sorte ? Talvez ! Mas na realidade a Faustina me devia essa. Me devia esse desagravo pelo tanto que aprontou comigo no carnaval de 2008. Não era culpa dela, claro, mas estamos agora quites.

O final da história quase que já foi contado, com minha chegada às 11:20 da noite do sábado 20/02/2010. A segunda 23:20 do dia, pois o horário de verão tinha terminado à meia-noite. Esquisito isso, né ? Se fosse necessário, seria possível provar que nossa viagem não durou 17:30 horas como na verdade, e sim falsas 16:30 horas, levando em consideração o horário da saída de Carapebus. Mas o que ainda não tinha contado, foi que dormi tranqüilo, contente, em casa e junto aos meus. Dormi lembrando do dia 11/02, 9 dias antes, quando às 5:05 da manhã eu e Chico saíamos na Faustina para começar nosso feriado de carnaval, e veio a Rose despedindo, se referindo ao fato de estarmos começando uma empreita dessas na Faustina: "Muitos brincam de Rural, né ? Mas você leva a brincadeira muito mais a sério...". Não que eu queira justificar o injustificável. Mas só porque a Faustina tem 47,5 anos, e viaja mais lentamente que os demais estou sendo sério com minha brincadeira ? Estou brincando da mesma forma se fosse outro carro qualquer. E diversão como uma viagem só seria boa se fosse brincando também, independentemente do carro usado. Só que é isso de fazer diferente do corriqueiro e rotineiro é que dá gostinho à vida, se é que costumo ser rotineiro. Mas já que temos a Faustina, porque não levar a sério essa brincadeira ? Num sei se me expliquei bem nesse finalzinho, nem se baguncei ainda mais. Sei que me sai bem dessa, num foi ?

Até a próxima brincadeira,

07/03/2010

          Walter Júnior - B. Hte. -

waltergjunior@waltergjunior.com  

waltergjunior@yahoo.com.br 

 

 

A arrumação na saída. Como sempre, muita bagagem, Rural abarrotada e o Chico esperando a vez de embarcar...

 

Primeira parada para um cafezinho. Muita cerração antes de João Monlevade.

 

Km 191 da BR 262 -MG Leste. 

A importância desse lugar é pessoal. Foi ai que meu pai

me deu o Fuscão para dirigir pela primeira vez na estrada.

 

Esse ano consegui arrumar um lugar para o Chico na frente e atrás.
Ele adora viajar atrás, e quase sempre toma um ventinho, levando a Faustina no pescoço.

 

A travessia da divisa MG/ES, em Pequiá

 

Esse ano tirei fotos mais nítidas da Pedra Azul. Não estava chovendo como ano passado.

 

A descarga da Faustina, na parada da bica d'água, no alto da Serra de Viana. Queimando bem estava, apesar

de um pouco de excesso pelo suplementar 18. Estou deixando ela superalimentada nas subidas, para não grilar,

e nem esquentar. Fica assim até o motor amaciar por inteiro, ai vejo se volto com o suplementar 15 original.

Mesmo assim deu uma media geral, de tudo por tudo, de terra prá cidade e para estada de asfalto de 8,74 Km/l. Ótimo !...

 

O Arco-Íris, nos saudando na chegada, no final do Contorno de Vitória, entrando na BR 101.

 

Minhas meninas despachadas por via aérea, no outro dia da nossa ida com a Faustina.

 

Feirinha em Carapebus, logo na chegada.

Lá se moderniza, se descaracteriza com o asfaltamento, sofre com o progresso, mas sempre guarda um ar de roça. Que bom !...

 

O velocípede ? Foi,... claro ! Estávamos de Rural !

 

Passeio vespertino na praia

 

Piscininha ? Também foi. Enquanto isso despreguiçamos, eu e Chico.. 

 

O "Marlin Azul" do Silva...

 

...e a rotina difícil de ir à praia bem cedinho e voltar à tardinha. 

Praia lotada ! Achei muito cheia dessa vez. Olha quanta gente nesses retratos !

 

Sempre tivemos pássaros diferentes por lá. Aqui uma maritaca no poste em frente a casa.

Só que tinha a cabeça vermelha, diferente das mineiras, que são todas verdes

 

É carnaval, não vamos nos esquecer. Laura e Chico entram na roda, e Creusodete Vulvalinda também deu o ar da graça.


 

Passeio até a Praia Mole. De velocípede, claro.

 

A Zequinha reencontrou a Gleycemara, e conheceu a Lílian.

 

Vitória é tranqüila no carnaval, quase como Belo Horizonte.

Deu para parar a Faustina em frente à mesa, no Gil do Caranguejo, no Triangulo das Bermudas da Praia do Canto.

 

O banho do amigo Barney...

 

Fantasiando o Chico: Ele é muito boa praça, e ela muito brincalhona. Juntou os dois, dá nisso.

O chapéu da Rose andar de Jeep, aos poucos vai virando herança.

 

Compras no Supermercado do Viana

 

Ficou legal essa foto da Faustina em Camburi

 

O amanhecer em Carapebus. Motivo para me divertir com a máquina de retratos.

 

 

 

Retrato de dentro prá fora; e de fora prá dentro.

 

Um passeio na Faustina, tendo a foz do Rio Doce como destino.

 

O coqueiral já conhecido, no caminho. Os coqueiros continuam sendo levados pelo mar.

Sempre subo por entre os coqueiros. É trilha levíssima, sem susto. Meu medo é um coco cair em cima da Faustina.

 

 

O Edwaldo já andou dentro do Rio São Francisco, mas a Faustina

não deixou por menos, e andou na praia. Até molhou o pezinho na água.

 

Os troféus: O rastro da Faustina entrando no mar, e o pneu lambrecado de areia

 

A travessia do Rio Doce, em Linhares.

A ponte ao lado é a Getúlio Vargas, de 1954. Foi desativada em 1991, e teve um vão desabado em 2009.

 

 

 

Jeep Willys CJ5 de uma vizinha.

A preparação dos Jeep's lá é diferente de cá. Pneus largos para areia, e Barra Targa no lugar do Santo Antônio.

Aqui usamos pneus estreitos, para cortar a lama procurando terreno firme embaixo para tracionar.

 

Lembrança do Castelinho, no último dia. Aproveitamos para pegar flores e enfeitar o cabelo..

 

Outro retrato na hora da saída. Mais uns para a coleção.

 

Auto retrato da Rose, na saída das Goiabeiras...

 

...enquanto isso, eu não tinha nem chegado ao posto no Contorno de Vitória.

Estava ainda fotografando a "Serra", de Serra.

 

Outro ângulo da Serra de Serra, após Cariacica, numa banguelinha de 100 Km/h

 

Algumas cenas das gostosas estradas estaduais no interior do ES.

 

Capixabas polaquinhos, em Santa Maria do Jetibá.

São capixabas louros, como não temos costume. A colônia pomerâna do ES é a segunda do Brasil.

 

Algumas das muitas conservadas igreginhas nos distritos caminho à fora.

 

O início da terra em Itarana.

 

 

Cenas da estrada de terra. Muito bonita a região.

 

Continua as bonitezas, num afluente do Rio Guandu, que deságua no Rio Doce, em Baixo Guandu.

 

O início da subida, e algumas cenas da serrinha, que antecede a divisa de estado.

 

Parada no meio da serrinha, prá refrescar.
A vista é muito bonita, avistando-se bem longe. O Chico levou o "refrescar" mais à sério
que
eu: Bebeu água dentro do córrego. Esse córrego corre sobre pedras, e dali larguei
estrada de lado e subi pelas pedras
mesmo, numa 1ª reduzida, para ter oportunidade de filmar.

Estradinhas de roça também fizeram parte do trajeto. Não enfrentei porteiras e
tronqueiras, mas vaca tinha toda hora. O recurso é ir desviando do esterco,
evitando emplastar o carro. Num sempre falo que esterco é a maior bosta ?


Agora sim, o prêmio de tirar uma foto na divisa de estado MG/ES.

Foi muito divertido e emocionante...

 

 

Continua a serrinha, já no lado mineiro.

 

Mais cenas da estrada de terra. Estradões e estradinhas.

 

Biquinha no meio de Mata Atlântica, atravessada pela estrada de terra.

 

A estrada passa ao lado dos cafezais, em Mutum.

 

Alto de uma serra, já perto de Mutum. Vista e tanto !...

 

Mais cenas da viagem por terra. São vistas que descansam a gente.

 

 

A chegada à Mutum. Final da terra...

 

...mas nem no asfalto me livrei de belezas. Um caminho inédito é sempre muito bom.

 

Outra biquinha na beirada da estrada.

Muito calor, e foi o horário que o motor da Faustina mais aqueceu numa subida pesada.

Chegou nos 3/4 do marcador, o que é considerado normal.

 

Surpresa ao notar que entrei novamente no ES. Errei no centro de Laginha, voltei ao ES e tomei 10 Km de prejuízo...

 

A descida da Serra de Pequiá. Uma carreta me escoltou durante toda a descida. E ali não há condição de deixar ela para trás.

Ao passar para o lado mineiro, onde se tem boa oportunidade de ultrapassagem, fiquei muito orgulhoso com a Faustina.

Acelerei o BF161 de 3ª, desde 40 Km/h, e rapidamente ele chegou aos 100 Km/h. 4 marchas é câmbio

melhor distribuído, mas com a força do BF e diferenciais originais 44/9, mesmo com a caixa T90 3 marchas

e 1ª seca, ainda sobra muita elasticidade ao carro. Mesmo com projeto antigo e vocação à terra.

 

O fim do dia, com a despedida do Sol na descida da serra em Santo Antônio do Grama.

É serra muito alta, e as cercas vivas são atrãção à parte. Sempre lembro minha mãe comentando desse trecho.