O Carro do Noivo

  Tô Bão ! 

Foi uma correria, para deixar a Faustina andando. O motor desmontado, e a data chegando... E, o que é pior, tem que ser uma correria contida, para sair tudo certinho. Serviço bom e bonito !

O motor dela tinha queimado a junta do cabeçote, durante a última viagem à Resende Costa. Iniciei a arrumação do motor logo após a chegada, e ele ficou pronto só na sexta-feira, um dia antes da data. No início do conserto, quando o cabeçote foi retirado, descobriu-se a necessidade de desmontar o motor todo. Não foi uma retífica bem feita a que ele teve, e as válvulas e guias estavam gastas e velhas. As buchas de comando ruins, para fundir qualquer hora. Acho mesmo que o cabeçote foi pego no monte de sucata, sujo e sem revisão alguma, e montado no motor. Enfim, fizeram só meia retífica, e agora completamos ela. E eu achando que estava com um motor confiável... Mas hoje tenho certeza que ele é.

A Sabrina tinha me pedido para fazer o carreto dela, vestida de noiva. Isso foi logo após o casamento do Tody e a Aline, há quase um ano. Essa outra história está aqui na página do Edwaldo e da Faustina também. Cinco minutos antes, o Pitinho, meu compadre, tinha me dito que nunca tinha levado uma noiva. E a Sabrina me pediu exatamente ao lado dele, o que lhe rendeu uma carinha de menino sem brinquedo. "Pede ao Pitts, Sabrina. Ele nunca levou noiva, e você vai de Rural do mesmo jeito. Só que Rural Vermelha, a Justina do compadre Pitts". Ela pediu, e ele topou na hora. Me pediu também para levar o noivo, o Lívio. Também topei na hora. E assim ficou combinado que, em 15/12/2007, teríamos duas Rurais e um casamento.

Saímos eu e Rose vestidos de bacana, com um carro de fazendeiro graduado, e fomos buscar o Lívio. Chegamos com folga à igreja, a Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Boa Viagem, uma construção neo-gótica, em homenagem à padroeira de Belo Horizonte. Deu tempo até para um monte de fotos antes.

E num é que a noiva também chegou um pouquinho antes ? Acho que foi medo de qualquer contratempo. Fiquei sabendo que tinham chegado, e corri para fotografar, o que não teve jeito porque o Pitts estava manobrando a Rural. Sem entender a manobra rápida, quase afobada, tive a notícia pelo Beto que o Pitts estava levando a noiva ao banheiro, em um salão de beleza bem próximo. Sabem que o pessoal desse salão de beleza, ao lado da igreja,  já deve estar acostumado com essa situação. Deve acontecer isso todo dia de casamento... Ai foi uma farra, filmando e ajudando a Sabrina com o vestido, o que também foi feito por uma senhora do salão. Ela  voltou com uma expressão aliviada, após desafogar o aperto do nervosismo. Ajudei a Sabrina a subir na Rural, na volta. O Pitts nem viu, mas parou a Justina em uma entrada de garagem, com a porta sobre a sarjeta. Com esse desnível somado, a Rural ficou com quase um metro de altura. E era de rir ver a baixinha esticando a perninha tentando subir. Mal dava conta de colocar o biquinho do sapatinho 33 na caixa de ar da Justina. Tive que guindar ela, para conseguir entrar.

A ida à festa foi legal. Amarrei umas latas na Justina, o Beto também. Foi um cortejo com buzinação e barulhada de latas, com direito à acenos. Todo mundo mexia com os noivos, pois 'vesprando' o natal, em um sábado às 8 da noite na Av. Afonso Pena, o movimento é maior que em um dia de semana. Acenavam emparelhando os carros, para ver melhor.

O "Guinho", pai da Sabrina, me deu um Engov. Ele tinha uma sacola cheia com um tanto de remédio, sabendo que poderia ter bêbado no final da festa dando trabalho. Tomei um antes, bebi 8 águas, 2 colas, 4 guaranás e um copo de cerveja. Apesar de ter misturado tanta bebida, esqueci de tomar outro depois, mas não passei mal por causa da bebedeira. Abusei muito, pois estou esperando neném, e por causa disso não posso mais beber como antes. É o Zequinha Novato que já falei em outra história, lembram ? Mas pelos exames é muito provável que seja a Zequinha Novata. Uma boa uma nova Zequinha, para aliviar a mãe das porteiras e tronqueiras.

Passaram um vídeo durante a festa, que eu não vi. A Rose falou que eram fotos dos dois, desde pequenos até hoje. Disse também que até apareceu nele o Edwaldo. Ele não foi esquecido, mesmo semi-montado na garagem. Mas o que mais me chamou a atenção na festa foi o bolo, com a Justina nele. Tinha até as placas e a anteninha do rádio PX. Cooperaram muito com a Bina, nos bonequinhos do bolo. Colocaram ela fora de escala, alta demais. Ela não bate nem no ombro do Lívio ! A cocker Nicolle da Sabrina e do Lívio também teve a sua miniatura no bolo, assentada ao lado dos noivos. São tarados demais com cachorro esses dois, mas se fosse comigo, também não esqueceria o Chico.

Para quem não se lembra, a Sabrina e o Lívio ficaram nossos amigos em Tabuleiro, na Serra do Espinhaço, um distrito de Conceição do Mato Dentro, durante uma viagem do Edwaldo em 2005. É só dar uma olhada em "...caminhada árdua, em uma rampa íngreme!...", aqui mesmo em "Histórias". Depois disso já viajamos juntos um tantão de vezes. E o melhor de terem casado é que não vou precisar mais pajear os dois, durante as viagens que virão. Dava um trabalhão danado fazer isso ! Tão vendo ? O espírito do Jeep é esse. Sempre nos leva a fazer amizades. E essa foi bem feita ! Até padrinhos de casamento fomos, por causa dele.

Até a próxima,

17/12/2007

         Walter Júnior - B. Hte. -

waltergjunior@uai.com.br

walter.junior@ig.com.br 

 

 

O motor da Faustina. Arrumado, e bem arrumado, pintado e montado no lugar.

Perdeu a cor vermelha chassis de caminhão, e ganhou o vermelho original Willys.

Agora sim, está confiável do jeito que gosto. Deu trabalho, mas cumprimos o cronograma para o casamento.


Tem que registrar. 

Num é todo dia que se veste de bacana. Nem costume tenho com isso.

 


O noivo !

 Até que o Lívio tentou..., mas bonito num tem jeito de ficar. Nem com massa plástica.

 

A chegada do Lívio à igreja, numa frescura danada com um 

ventiladorzinho à pilha na mão. Até parece que Rural não tem ar 

condicionado de fábrica... Dá até para ver ele aberto, logo à frente do vidro dianteiro.

 

A Igreja Matriz de Belo Horizonte.

Apesar de ninguém lembrar disso, a Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Boa Viagem

é a nossa Igreja Matriz. É claro que a Faustina combina melhor com o cenário que um carro novo.

 

A corrida ao banheiro...

 

E a volta aliviada !

 

A noiva, linda, chegando à igreja, com a pilotagem precisa do Compadre Pitts.

Rural não é carro para isso, a grande maioria tem só duas portas. Mas que fica bonito, isso fica.


Já casados, indo à festa. Felicidade pura !

 

O bolo dos noivos. Não esqueceram a Justina, a Rural do Pitts. Nem a Nicolle, assentada o pé dos noivos.

 

Voltando para casa...

Aproveitamos para ver a árvore de natal na Lagoa da Pampulha, 

ao lado da igrejinha. Às 3 da manhã não tem tanta concorrência para isso.

Coincidentemente, foi no dia do aniversário de 100 anos de Oscar Niemeyer.

 




    Voltaram os dois da Lua de Mel, e vieram aqui em casa. Trouxeram uma "Faustininha" de presente, que seria para enfeitar o bolo. Só que no bolo dos noivos não coube duas Rurais, e a Faustininha ficou de fora.  Deram a "Justininha" do bolo para o Pitts também. E eu que jurava que aquele treim era comestível, e já achando que tinham comido a Justina...