Reinauguramos o Edwaldo

  Tô Bão ! 

Andamos de automóvel Willys no final de semana, ou melhor, no sábado. Reinauguramos o Edwaldo, e em grande estilo. Foi reprise do primeiro passeio que fizemos com ele, nos 7 Rios, só que dessa vez, ele sujou demais. Ele e nós também, com roupas marrom, chapéu marrom, Jeep marrom, Chico marrom... Poeira demais, ótimo ! Dá para ver facilmente a troca da cor da minha roupa, nos retratos ai abaixo. Que coisa boa !... Vamos continuar a fazer história. Não que reformar o Edwaldo tenha sido a pior das tarefas. Arrumar e reformar um carrinho velho é sempre bom, e diversão garantida. Mas é que a reforma já tinha terminado há tempos, e nada da gente reinaugurar ele. Mas o sábado, 22/08/2009, passou para nossa história como o dia em que reinauguramos o Edwaldo. Claro que esse passeio foi muito diferente do primeiro. Temos hoje muito mais quilometragem de viagens por terra em um Jeep, diferentemente da primeira viagem que fizemos com o Edwaldo. Eu, mais da roça que da cidade, sempre tive costume com coisas interioranas, mas para a Rose, que era uma enorme urbanoide antes do Edwaldo, a diferença é grande. Foi também nossa primeira viagem saindo em um sábado, e voltando no mesmo sábado. A nossa Zequinha Novata tinha ficado para trás, e durante todo o trajeto, não esquecíamos dela por muito tempo. Confesso que uma viagem por terra, de Jeep, ainda me faz ter lapsos com o mundo exterior, fazendo a gente esquecer de tudo. E em poucos momentos até da Zequinha eu esqueci.

Coitado do Edwaldo !... Sujou demais mesmo, e tão novinho estava. Coitado nada, ele nasceu Jeep, é ali que ele se sente bem. É na terra que a dureza da suspensão extremamente alta some por completo, é na terra que ele gosta de rodar, atravessando costeletas em estradões sem um mínimo de vibração. Apesar do paradeiro que ele se encontrava, do automático do motor de arranque dando mal contato, dos ciscos atrapalhando o funcionamento das válvulas da bomba de gasolina, os mesmos ciscos entupindo o circuito de lenta no carburador, do suportinho do amortecedor de direção quebrado, e do silencioso destroçado pelas pancadas do pneu no tubinho de descarga, ele continuou sendo o altamente confiável. Não sei como, mas até deu 6,89 Km/l nessa viagem, fato muito bom para as condições de funcionamento que ele tinha, sendo a segunda melhor média no percurso. Esses defeitos são fatos normais, em um carro que foi totalmente desmontado e estava parado há muito. A falta de gasolina que ele deu, com as válvulas da bomba calçadas com detritos do diafragma é sintoma claro disso. Carro parado é morada do capeta, tão lembrados ? Um chupão no carburador em Jaboticatubas limpou a bomba, e entupiu o circuito de lenta. O caso do silencioso, arrebentado pelo tubinho de descarga secundário, que pegava no pneu traseiro direito foi burrice minha, pois o tubo é novinho e o silencioso até que rodava um tanto bom ainda. Mas levei para fazer o tubinho com os pneus antigos, e quando troquei pelos novos com uns 100 mm maiores, estranharam-se pneu e tubo. Na cidade não deu problema algum, mas as inclinações laterais na terra deu para juntar os dois. Ficou até com um barulho bonito o Edwaldo, mas alto demais.

Mas tenho mesmo que contar é da viagem, já que as sensações e sentimentos que essa viagem me causou não terei mesmo jeito de falar. Só lembro do bem estar que senti, em uma subida acascalhada, por ter a certeza que o Edwaldo estava completamente sujo, empoieirado, trabalhando, com a gente no meio de outra aventura com ele. O frentista do posto, abastecendo após a volta, me perguntou se eu não tinha dó de sujar ele daquele jeito. "O Edwaldo gostou, e muito ! A tarefa agora é limpar, para conservar, e quando puder, sujaremos todos nós novamente", respondi. Já viu que dono de Jeep e frentista sempre se dão muito bem. Deve ser pelo constante convívio...

Tentei passar pelos mesmos lugares da primeira vez, e até fotografar, comparando os retratos antigos com os novos. Passamos pelo "atoleiro" da Fazenda do Hugo, em Traíras, pelo restaurante da Ziloca em Taquaraçu de Minas, onde também ficamos um tempinho na praça da Matriz. Fotografamos, mesmo com o Jeep em marcha, a casa da D.Maria, onde o Edwaldo passou uma noite, quebrado durante a primeira viagem. Fomos relembrando, comemorando a volta do Edwaldo à ativa. 

Constatamos, com tristeza, que não mais teremos a travessia do penúltimo rio, já que o último é um pequeno córrego, já quase ao lado do restaurante da Cristina Bica D'Água. Ele foi fechado, a estrada foi completamente cercada. Previ isso ao ser obrigado a tomar uma estrada nova, chegando em São José da Serra, vendo que ela remetia à outro rumo que não era o do rio. Saímos dentro de São José, e, inconformado, passei direto na porta do restaurante da Cristina Bica D'Água, e tomei o caminho inverso. A Rose não concordava que era ali a estrada, já desativada há um tempinho, e ficando ruim pela falta de conservação. É que tinha mesmo muito tempo que não íamos lá, desde 29/08/2004, completando hoje exatos 5 anos. Mas vendo o rio ela concordou, triste. 

Encontrei o dono da terra, irmão da Cristina do restaurante. Conversei com ele, e independente do real motivo, o fato é que não mais passaremos por lá. Uma pena realmente essa perda, pois essa travessia era considerada o prêmio pelo final do percurso. Era ali que sempre batizávamos os Jeep's, molhávamos os pés ou então molhávamos completamente. Sem balburdia, claro, como é nosso estilo. Mas o que mais me demonstra esse caso, é que se não aproveitarmos o que podemos agora, não sabemos se iremos fazê-lo no futuro. Por um motivo ou outro tudo vai-se mudando. É a velha história, que a Rose repetia enquanto subia andando na antiga e cercada estrada, retornando ao Edwaldo: "Quem viu viu, que não viu não verá mais." Então é isso que continuaremos fazendo, vendo e aproveitando corretamente o que nos é oferecido. E agora também poderemos usar e contar, além da Faustina, com o reativado Edwaldo.

Até a próxima,... e  que seja em breve.

29/08/2009

 

Disse a Rose do meu tom sério nessa história. Será ?! Acho que não ! Mas ser pai de família pode até ter me deixado mais sério mesmo. O trajeto, muito conhecido, pode ter tirado um tanto de novidades também, e atravessamos somente 10 rios dessa vez. Ou será que é por causa dos dois anos que não viajávamos pela terra afora. É ! A última vez que rodamos em terra foi com a Faustina, em 08/2007 para Catas Altas da Noruega, numa poeirada danada igual essa viagem de agora. Essa história também está contada aqui na página. Ah ! Vô ficar matutando é nada, isso é cisma dela. Tô sério nada, tem jeito não !... 

 

          Walter Júnior - B. Hte. -

waltergjunior@uai.com.br  

walter.junior@ig.com.br 


    
A saída. Saída especial, com o Edwaldo completamente zero.
Bem descansado também, pela longa inatividade.



A padaria em Santa Luzia. Sempre paramos lá.


O início do passeio é em uma estrada calçada.
Muito capricho de um fazendeiro, que calçou
aproximadamente um quilômetro e meio de estrada, até a sua sede.


A primeira travessia. O rio é pequeno, mas com a seca virou córrego. Olhe só o tamanho do
problema: Tem pouca água no rio ! É o típico problema que assola a gente, em um passeio de Jeep.


Uma parada para verificar o motivo da falta de gasolina. Seguimos reto ai, para repetir o
caminho que fizemos da primeira vez. Mas descendo nesta árvore, teríamos mais duas travessias.


O "atoleiro" ao lado da Fazenda do Hugo. Na primeira vez, e agora, na reinauguração.


Suporte do amortecedor de direção quebrado.
"Acerto" pós reforma. Já está no lugar e reforçado.


O Edwaldo na casa da D.Maria. Em 2002 e agora em 2009.
Não foi em uma situação das melhores o início da nossa história com esse lugar. Mas sempre gostamos de passar por lá.
 

A mesma praça, épocas diferentes, bancos diferentes, situações diferentes.
 

Outras vistas da praça em Taquaraçu de Minas.
Continua bonita, mas acho que era ainda mais antes da reforma. Principalmente pela árvore que foi retirada.



O Rio Taquaraçu. Essa foi a primeira vez que o Edwaldo desceu à margem. Sempre descíamos à pé.


Uma recordação da Ziloca e do restaurante. Foi lá que passamos bastante do tempo, esperando
o ônibus para Belo Horizonte na primeira viagem. Tem essa história aqui na página, com o nome
de "As Primeiras Viagens do Edwaldo". É que na verdade a primeira viagem do Edwaldo foi dividida
em duas etapas, em dois domingos, devido à quebra do setor de direção. Hoje ele é infinitamente mais confiável.



Fuxicando em Jaboticatubas.
Resolvi o problema de sujeira na bomba, mas entupi o circuito de lenta.


Todos os rios estão com nível baixo. Mas travessia é travessia. É sempre um gosto.



Cenas de estrada de terra: Uma estradinha de roça, e um pouco do poeirão registrado.


Travessia do penúltimo rio agora é só lembrança. Era o rio mais bonito, já
chegando em São José da Serra, e eu o considerava um prêmio pelo trajeto terminado.
O Chico sempre achou o mesmo, e pelo visto ainda acha. Foi chegando e entrando no rio.




Ao fundo o Edwaldo e a nova cerca, impedindo a travessia.



Algumas cenas no restaurante da Cristina Bica D'Água.
A foto assentados no rabo do fogão, é sempre um troféu pelo dever cumprido.




Duas épocas, o mesmo lugar, a mesma serra. Serra da Lagoa Dourada.
Dá para ver facilmente que o Edwaldo tá mais velho, mas tá bem mais impertigadinho que antes.


Agora é voltar !... Com mais um tanto de terra, estaremos no asfalto, na MG 010.
 Viajar em um Jeep, mesmo no asfalto e com a descarga destroçada, é muito bom.



Essa viagem foi boa até nos afazeres da volta. No início de nossas viagens,
eu tinha sempre coisas à arrumar no carro depois de uma viagem. Agora também !



Apesar da poeira enfeitar demais o Edwaldo, vai ser bom ver ele limpo novamente.

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