Indicador Sonoro de Acionamento do Sinalizador Direcional

 



        Tô Bão ! 

Indicador Sonoro de Acionamento do Sinalizador Direcional. Que nome bonito, né? Mas você também pode chamar isso de Bip-Bip de Seta, que, para nóis da roça, é até mais fácil de entender e falar. É um circuitinho eletrônico que emite um sinal sonoro quando a seta está ligada. Mas de tão simples, acho que nem circuito é! É para ser montado por qualquer um, sem a mínima experiência com isso. Somente a habilidade de cada um, e as ferramentas disponíveis é que vão fazer diferença no acabamento.

A grande utilidade disso, é que esse cirtuito não deixará os esquecidinhos esquecerem a seta ligada até a chegada da próxima vez de usar ela novamente. Jeep e Rural não tem o retorno automático da alavanca da seta, então é fácil esquecer. Esses carros não precisam desse luxo que é o retorno automático, pois foram feitos para andar na terra, e na terra não precisa de seta. Aposto que teve Jeep que acabou sem ter ligado seta uma só vez. E tem a curiosidade dos carros mais antigos, como também os Willys que não tinham seta de fábrica. A Faustina é um desses carros, e teve a chave de seta adaptada quando apareceu a legislação obrigando o seu uso. Acabou que as soluções aplicadas pelo mercado de auto-peças, para atender as legislações, foram também aplicadas na linha de montagem na fábrica. A chave de seta é uma dessas. Algumas "Rural Luxo" tinham o retorno automático da alavanca de fábrica, e por isso é que já eram chamadas de "Luxo".

Mas para nós, roceiros obrigados a viver no ambiente urbano, temos que dar seta, mesmo que só de vez em quando. E para não esquecer as luzinhas piscando, e os urbanóides xingando, um bip-bip chato nos ouvidos faz a gente se lembrar.

Coloquei um desse na Faustina, em meados de 2006. Ele foi instalado na própria tampa da chave de seta, mas no Edwaldo preferi fazer a montagem externa. Ficou melhor e mais barato. Não só porque usei peças reaproveitadas, mas porque fica mais barato mesmo. O mini-buzzer novo, como o usado no Edwaldo é um quarto do preço do que usei na Faustina. E na montagem da Faustina, a regulagem de volume é mais difícil, tendo que tirar a tampinha fora, além do buzzer ser mais caro. Buzzer é a peça responsável pela zoeira, viu?

A lista de materiais é pequena, e o custo menor ainda. É capaz que não vá gastar nem o valor correspondente a 1 litro de óleo lubrificante de boa marca, e para ser sincero usei peças retiradas de sucata. O problema, em carros mais originais como o Edwaldo e a Faustina e que não tiveram o circuito elétrico alterado, é que o relé de pisca tem só dois terminais. A entrada do +12v e a saída do +12v piscando. Não teria problema algum, e seria muito mais fácil, se ele fosse NA (Normalmente Aberto), mas o danado é NF (Normalmente Fechado), e se ligarmos o circuitinho na saída do relé, ele vai tocar sem parar, pois sua potência é tão baixa que nem consegue fazer o relé piscar. Quer dizer que, na saída do relé de pisca de dois pinos não dá para ligar o circuito. Ai temos que apelar, e inventar um pouco. Imaginem quão enfadonho e fastidioso seria se não pudéssemos lançar mão de recursos semicondutores que a eletrônica nos oferece! Tão vendo onde estou chegando com acessórios de Jeep e Rural? Modernidade absoluta! Mas não se assuste, usaremos somente dois diodinhos, baratinhos. Um diodo funciona da mesma forma que uma válvula hidráulica de retenção. Permite a passagem do fluxo em um só sentido. No diodo o fluxo é elétrico, na válvula é hidráulico. Teremos que usar o diodo para não colocar em curto o lado direito e o esquerdo das lâmpadas de seta do carro. Teremos que usar a seta dianteira também, pois deve-se lembrar que a traseira é conjugada com o freio, e não queremos ter um apito no freio, e sim na seta. Na verdade Jeep, Rural, e alguns outros carros de projeto antigo, tem na traseira é freio direito e freio esquerdo. Se freiar e ligar a seta, ele pisca o freio.

Uma montagem como a da Faustina, na própria tampinha da chave de setas, até poderia dispensar os diodos, se fosse possível usar o positivo que vai à lâmpada piloto na chave. Só que essa ligação é tão difícil, sendo necessário descravar a chave correndo o risco de danificá-la, que preferi apelar para os diodos mesmo.

Em um carro com um relé de pisca mais "moderno", um de três pinos, a facilidade é maior, pois ai é só ligar no terminal NA do relé e pronto. Não precisa de confusão alguma com diodos, é só ligar.

Pode parecer difícil para alguns que são como eu, e gostam mais radicalmente da originalidade em um carro ligeiramente mais antigo. Mas andar em um carro com tanta tecnologia de ponta e eletrônica embarcada não é tão ruim assim... Então, vamos lá !

Lista de materiais:

1 Mini-Buzzer Piezoelétrico 12 volts

1 Poteciômetro 3 K Ώ

2 Diodos 1N4007

1 Caixa de Montagem

1 Knob

 

Lembre-se que o buzzer tem polaridade. O positivo é bem marcado nele, sendo difícil a artimanha de inverter a ligação. Um de 12 v não queimará facilmente, porque ele trabalha com uma tensão menor que isso. É quase impossível andar no carro com o "volume" no máximo, ou seja, com o buzzer alimentado por 12 volts. Incomoda demais!... É muito alto! Ai é só abaixar o "volume" até encontrar um nível que agrade. O poteciômetro é quem faz a queda da tensão, regulando o volume, e deve ser comprado o menor que encontrar. A potência do circuito é muito baixa. A caixa de montagem pode ser plástica, como a que usei, e a única exigência dela é que comporte os componentes dentro.

Nas imagens aparece um trimpot. Tive que usá-lo porque tinha somente um poteciômetro de 10 K Ώ, que dá uma queda de tensão muito rápida para a sensibilidade do buzzer. Ficaria muito sensível de regular, mas com um poteciômetro 3 K Ώ o trimpot não será necessário. Utilizei materiais de sucata, lembram que já falei nisso ? Por isso é que usei os diodos 1N4007. Para isso, diodos 1N4004 já estão prá lá de superdimensionados, mas o preço de qualquer um deles é muito baixo para preocuparmos com isso. Aliás todo o material é muito barato, e vale à pena colocar tudo novo...

O restante é só acompanhar as imagens...

Abraço à todos,

20/12/2007

Walter Júnior - B. Hte. -
waltergjunior@waltergjunior.com




A sucata
O buzzer retirei deu uma placa fax-modem queimada. Os diodos saíram de um "reator" de lâmpada dicróica.
O restante usado também foi reaproveitado. Apesar de muito barato isso, a reutilização é melhor que a reciclagem.
Poupei o lixo de aumentar com mais alguma coisa, e fiz algo útil com ele.



O circuito
Pouquíssimas peças, e muito fácil de montar


A instalação na Faustina, feita na própria tampa da chave de setas
É mais difícil de regular, tendo que retirar a tampa para isso. A fixação das peças foi feita com cola quente, reforçada com silicone.
 

O material para a montagem do Edwaldo
Ai também aparece um trimpot, que não precisará ser usado


A montagem do Edwaldo por dentro
Não foi necessária fixação. O mini-buzzer foi encaixado em um
furo na caixa de montagem. Mesmo assim dei um ponto com cola quente.


A montagem do Edwaldo pronta
Usei um knob de sucata também. Ele até que é dispensável.
Usa-se o próprio eixo do poteciômetro para isso. Mas com ele fica mais bonitinho...



O "pulo do gato".
Os diodos 1N4007 ligados em paralelo. Depois isolei tudo, com pedacinhos de "espaguete" e fita isolante


O bloco de terminais de seta original do Edwaldo, com e sem os diodos
Tinha um terminal à toa, que usei. As outras pontas da ligação dos diodos, a "entrada" que é ligada
nos ligações das lâmpadas de seta dianteiras, foi feita usando o próprio terminal original do chicote.
Meio "gambiarra" essa ligação. Mas me fez poupar os terminais originais do Edwaldo.


A coisa montada
Amarrei a caixinha no chicote com abraçadeiras plásticas. Para regular o volume é

só levar a mão embaixo do painel. Mas isso é coisa que se faz muito pouco, ou só uma vez.
Pode parecer estranho uma mangueira embaixo do painel. É do motor do limpador de pára-brisa, que é à vácuo.