Bomba de Gasolina Original

Uma solução para o reparo


        Tô Bão ! 

Bomba de gasolina... O nome já diz tudo, né ? É uma bomba ! Aposto que já ouviram mecânico falar que não compensa recuperá-las. E não compensa mesmo, pelo baixo preço e confiabilidade de uma nova. O mecânico vai perder tempo e gastar um reparo, em um serviço que não será valorizado. E se der problema, ainda toma fama de ruim de serviço. Por isso é que sempre trocam as bombas de combustível. Para dizer a verdade, a grande maioria é ruim de serviço mesmo, só que eles não concordam com isso e acreditam que são bons. Se um mecânico ruim de serviço tem coragem de enganar a si próprio, imaginem o que fazem com o coitado do dono do carro!... E cuidado! Os ruins de serviço são maioria.

Eu também prefiro trocar. Ai vem o SE e o MAS... Se existissem para comprar bombas originais novas, as chamadas dois estágios, eu trocava mesmo. Mas só se acha bombas seladas, que até funcionam muito bem. A diferença maior existente nas duas é que a bomba de dois estágios, as antigas, tem uma "câmara de compensação", que alivia a pressão na saída quando ela está trabalhando em ponto morto. Ponto morto de uma bomba de gasolina é quando a agulha do carburador está fechada, e por isso a bomba trabalha sem conseguir gerar fluxo. As bombas seladas não tem essa "compensação" e dão uma pressão bem maior, o que pode gerar afogamentos no carburador se a agulha não agüentar o tranco. E não estão mais aparecendo agulhas como antigamente... Surgem também um tanto de lendas e elucubrações para estancar o afogamento, incluindo-se retornos diversos, pois já vi diretos, com registro e etecéteras. O registro é para ser fechado na hora que o motor demandar muita gasolina. Fechado manualmente, tendo que apear e abrir o capô para isso. Serviço insano até para um motorista da década de 20. Incluam os desborbulhadores, e mais um tanto de química que não é nem nunca foi necessária com as bombas antigas. As bombas seladas dão certo também, longe de mim dizer que não. E dão certo sem invenção alguma. É só ter um conjunto de bóia e agulha que preste no carburador e esquecer o problema. O problema fica por conta de encontrar um conjunto de bóia e agulha que preste. Minha Kombi e meu Fuscão estão rodando assim, com bomba selada e mais nada, e não reclamam. Só que para eles ainda encontro bóias e agulhas de qualidade. Para o Jeep e a Rural nem sempre!... Tem aquele caso de "dar sorte".

Tem também o lado da frescura, da originalidade, que não vou abrir mão e deixar de lado. As bombas antigas tinham saídas rosqueadas, onde eram fixados conexões e caninhos, para receber e enviar o combustível. Mas é possível também colocar caninhos nas bombas seladas. É só colocar um pedacinho de mangueira com abraçadeiras, ligando a espiga da bomba ao caninho tanque ou carburador. E é claro que continuo usando os caninhos, inclusive com os "filtros de gasolina com vidro de remédio" na entrada do carburador. Bonitinho e útil! Já as bombas seladas tem é espigas na entrada e saída, então só dá para montar mangueiras. Só desviando um pouquinho o assunto, no Edwaldo e na Faustina tenho um filtro comum de plástico escondido dentro da longarina, o crivo da bomba que já vem montado na própria bomba de dois estágios (as seladas não tem isso), mais o filtro de vidro de remédio logo na entrada do carburador. A Faustina tem além disso tudo mais um crivo no pescador do tanque. Essa filtraiada toda nunca me deixou na mão com carburador entupido. Já tive sim problema de carburador entupido nas viagens, todas as vezes com o Edwaldo. Mais ai foi por palhaçada, por atravessar rios e córregos fazendo graça, com velocidade muito acima do que seria normal ou recomendado. E isso com o giro do motor alto, para ter maior velocidade. Com a rotação alta, o ventilador gera um grande spray de água dentro do cofre do motor, e provoca um choque térmico no tubinho de gasolina e na própria cuba do carburador. Esse choque térmico condensa a água contida na gasolina. É uma gotícula do tamanho de um pentelhésimo de cú de grilo, só que suficiente para interromper o fluxo de gasolina no gicleur principal. Mas é só tirar o gicleur principal e dar uma assoprada que está consertado. No Edwaldo tenho também um guarda-chuva em cima do filtro de ar. O filtro original dos motores Willys são para cima, do tipo "manda água que eu bebo" e encharcaria de água sem o guarda-chuva. Já aconteceu muito comigo, e ainda agradeço por não ter arrumado um calço hidráulico para me empenar uma biela. Esse guarda-chuva não é nada além de uma bacia plástica presa de boca para baixo, no próprio parafuso do filtro de ar original. Mas então voltemos à bomba de gasolina.

Com isso tudo ai acima colocado na balança, somando-se o gosto de mexer no carro, se não o sentido de ter um carro velho iria para o beleléu, prefiro recuperar a bomba antiga. Ai vem outro problema. As bombas de dois estágios tem válvulas de borracha, e os reparos novos que se compram também. Quando tínhamos gasolina pura para abastecer o carro o problema não existia, mas com o álcool, dito anidro, misturado à gasolina, as borrachas são atacadas. Elas "incham" aumentando o seu tamanho. Já cheguei a achar uma diferença de 25% a mais no diâmetro externo de uma válvula que foi recém retirada, em relação à outra com diâmetro correto. Com esse aumento de diâmetro, a válvula já não cabe mais no lugar que foi reservado à ela, e começa a encostar e até subir e remontar em cima da carcaça da bomba, não mais fechando corretamente. Isso acontece principalmente com a válvula de entrada, que é mais próxima da carcaça. Na de saída não tem muito desse problema não. Cheguei a acreditar que a borracha utilizada nos reparos não eram de qualidade, e comprei um pedaço de borracha nitrílica enlonada de1/16" de espessura. Borracha boa, de qualidade, da marca Orion, e passei eu mesmo a fazer as válvulas. Incharam também! A vida útil máxima que consegui com as válvulas que vem nos reparos, ou fazendo com borracha nitrílica, foi por volta de um ano. Muito pouco tempo perto dos dez anos que já duraram algumas bombas de combustível minhas, em outros carros. Conversas vão, conversas vem, descobri que a borracha incha por causa do álcool da gasolina. É um ataque químico, que não acontecia antigamente quando tínhamos gasolina pura, sem álcool. Nesta parte de alimentação de combustível nos carros, tenho dois amigos "antigos" aqui em Belo Horizonte que conhecem muito. O Weigand da Alfa Peças na D. Pedro II, e o Zé Carlos da X-Carb. Os dois inclusive são muito amigos, e afetos a uma boa conversa. Sempre aprendo com eles também.

Mas qual seria a solução para as válvulas? Trocar a bomba por uma selada? Porque que a selada não dá problemas de ataque químico nas válvulas? É porque as válvulas da bombas seladas são de Celeron®, e não de borracha. Celeron® é uma resina plástica, que tem uma malha em sua estrutura. Uma malha finíssima, mas tem. É material antigo, do tempo do Baquelite, ou Baquelita que é o certo. Celeron® não tem nada haver com marca de processadores de computador, e é um material muito mais antigo que os próprios computadores. Falar em computador num bom papo sobre carro antigo é até heresia...

E foi por ai que eu segui, mas acho possível fazer válvulas de alumínio, polietileno(PE), polipropileno(PP) ou poliamida(Nylon®). Ou mesmo com um diafragma de bomba de gasolina desmontado, para aproveitar somente o material, que nem disse o Paulo Porto. Deve dar certo, se usado um diafragma preto. O importante é que a válvula vede, e a bomba funcione. Comprei um retalho de chapa de Celeron® de 2 mm de espessura, e fiz as válvulas. Primeiramente fiz 3 válvulas, que saíram de uma tira da chapa de Celeron®. Montei no Edwaldo, que estava dando problemas na bomba de gasolina, e eu já sabia que eram as válvulas, pois para piorar ele ficou sem funcionar por bem dizer um ano, enquanto estava nas oficinas reformando. Depois fiz mais três válvulas, montei duas na bomba da Faustina, que quando quente e de marcha lenta já não abastecia o carburador, e o parzinho que sobrou dei de presente ao Paulo Porto. Depois resolvi fazer mais para montar nas bombas reserva. Apanho toda sucata de bomba que acho, e tenho uma bomba reserva em cada carro, e mais umas 5 sucatas possíveis de serem reformadas, mas que são mesmo é doadoras de peças. Fiz 6 válvulas de uma só vez, mas acho que não vou montá-las. Pelo menos por agora.

A bomba reserva da Faustina é que não considero reserva. Foi a primeira que recuperei, com um cuidado extremo. Comprei um reparo novo, mas o diafragma usei um "Peças Genuína Willys", que me foi dado pelo Sr. Quito no dia da compra dela. Foi a única peça genuína que usei até hoje, e fico com dó de usar a bomba reserva dela, ainda mais que tenho um tanto de bomba aqui... Falando nos diafragmas, tem deles pretos e vermelhos, meio rosados. Não sei de marcas, mas os pretos são muito melhores. Os rosados também funcionam, mas se deixar a bomba parada depois dela ter trabalhado e tido contato com a gasolina, eles ressecam. Os diafragmas pretos de tão bons, podem ficar parados que depois funcionam corretamente.

O grande barato disso tudo é que você mesmo pode fazer essas válvulas, aproveitando essa solução, e arrumando sarna para se coçar. Mas é uma coceira boa, gostosa e divertida. Um pouquinho de habilidade, outro tantinho de ferramentas, e estão prontas e funcionando as válvulas. Gastei 2,5 horas fazendo e trocando as válvulas do Edwaldo. Isso contando o tempo da janta, e da atenção que tenho que dar à Rose, barriguda. Já na Faustina, com 1 hora tirei a bomba, fiz as válvulas, montei a bomba e coloquei no lugar funcionando. Gostei mais do serviço do Edwaldo, pois isso é tão divertido de ser feito que não pode passar rapidamente. Tem que demorar!...

O correto de fazer essas válvulas é em um torno mecânico, mas vou contar a gambiarra que arrumei. Na verdade as válvulas não passam de arruelas de Celeron®. Recortei os quadrados de Celeron® com 1" x 1" (25 x 25 mm, mas gosto mais de polegadas!...). Tracei e furei o centro com 5/32" (4mm) e prendi os quadradinhos em um "mandril". Usei um parafuso de 5/32" x 2" para isso, com duas arruelas lisas e duas porcas. Porca e contra-porca. Desbastei os quadrados manualmente, aproximando o máximo de um círculo. Quando não consegui mais arredondar, prendi o "mandrilzinho" na furadeira, e fui usinando o Celeron® no esmeril. Isso na verdade é uma retificadora, muito tosca e sem precisão, mas é. Cortava devagarzinho, para não ovalizar as peças, até chegar ao diâmetro que queria, que era 13/16" (20,5 mm, malemenos). Depois foi só colocar válvula por válvula no mandrilzinho para dar uma lixadinha e acabamento no diâmetro externo. Esse cuidado é completamente dispensável, mas continuo doente e chato. Depois foi só reabrir o furo central para 5mm, lixar o possível dele, e pronto. Estavam prontas as válvulas para serem montadas na bomba. Fácil né ?! 

O resultado com as duas bombas montadas foi muito bom, deram boa vazão e pressão, apesar de ter testado a vedação das válvulas com a boca e notado que elas não fechavam completamente. Permitiam uma passagem pequena, mas já vi válvula de borracha de reparo novo dar até mais passagem que elas deram e funcionar corretamente. É que testando com a boca estamos usando ar, que é muitíssimo menos denso que gasolina, e aplicando uma pressão muito superior à de trabalho. Então uma pequena passagem nessas circunstâncias não representará problema no funcionamento, com gasolina que é mais densa, a pressão de trabalho menor que a de teste, e velocidade maior que a que consegui aplicar à bomba. Acho que a medida que forem  funcionando, as válvulas vão tender a vedar melhor. É o tal "amaciamento" !...

Só que antes do tal "amaciamento", a bomba da Faustina deu problema, apesar de ter funcinado bem no início. Só que não entrego a rapadura fácil, e tinha certeza que essa bomba iria funcionar bem, e com as válvulas de Celeron®. Descobri que era a bendita válvula de entrada que não vedava direito. Confesso que depois que tirei a bomba do lugar para consertar, tive que abrir ela três vezes. O mais difícil foi descobrir o porque que a válvula não vedava. Era a sede, que não tinha o centro da face da sede paralelo com a borda. Não era uma bomba "vírgem", pois já tinha tido o reparo trocado. As pancadas no pino da válvula, para montar e desmontar, acabaram por empenar a sede. As válvulas de borracha vedariam bem nessa sede, mas o Celeron® é bem mais rígido, e pede uma sede bem plana.  Tentei com a retífica manual, mas não consegui resultado. Acho que até perdi o corpo da bomba para válvula de Celeron®, mas ainda serve para válvula de borracha. Só que não adianta, as de borracha incham, e estou querendo é ficar livre delas, então..., sucata nele. Peguei outro corpo de bomba na sucata aproveitável, e resolvi retificar as sedes com um pedacinho de lâmina de estilete. Tipo uma rasquete, manualmente mesmo, raspando a lâmina do estilete pela face da sede. Fui raspando até ter o contato completo entre toda a superfície da sede da válvula com a lâmina. Depois poli a sede da válvula com lixa 320 e 600. Deu quase certo, e a vedação da válvula chegou quase aos 100%.

Só que o que faltou para vedar completamente já não deixou a bomba funcionar direito, e o motor ficou xôxo e dando falta de gasolina. Coincidentemente, fui à oficina do Weigand no dia seguinte, ver com o Jairo o carro dele, que estava embuchando o carburador. Contei toda aventura à ele, e, para ajudar, ele me deu uma tirinha de Viton® enlonado, de 1mm de espessura. Viton® é marca registrada da Dupont, para um fluorelastomero, ou seja, a muito grosso modo uma borracha fluoretada, que segundo o Weigand não é atacada pela gasolina com álcool. Já usei esse material, em guarnições de válvulas de esfera para ácido clorídrico, e agüentava tranqüilamente. Então para gasolina com álcool deve ser mole para ele. Mas o Viton® que ganhei do Weigand era muito fino para fazer uma válvula só com ele, e exigia um calço. O Weigand me deu duas bolachas de Teflon®, para calçar o Viton®. Segundo ele, quando mexia com preparação de motores e as válvulas de bomba de combustível não agüentavam a temperatura do trabalho severo, usavam Teflon® com Viton® nas válvulas. Até que tentei, mas é muito difícil de conseguir o Viton® em lençol e enlonado aqui em Belo Horizonte. Depois procuro dele com calma, e se achar, compro com 2mm de espessura para fazer as válvulas diretamente. Dai pensei: Já estou com as válvulas de Celeron® prontas, e as sedes da bomba retificadas. Então vou só fazer uma guarnição para as válvulas de Celeron® e pronto. Dito e feito. Funcionou maravilhosamente bem, e tive até problema com um merejamento no vidro de remédio do filtro do carburador, que não existia antes. A bomba deu pressão superior que a de antes, e a vazão aumentou também. Ficou igual à uma nova, seja original ou selada. Não fiz medição alguma, mas até a marcha lenta, que era meio socada, arredondou, e ficou macia como gosto. Se quiser coloco uma lenta com 400 rpm, que é quase parando, e não dá tranco algum. Acho bonito essa lenta mais baixa, mas isso dá uma judiada no motor, com a lubrificação mais pobre pela baixa rotação. É sempre assim !... A felicidade de ver a presepada dar certo é muito maior quando o desafio chama a gente. É essa satisfação que não nos permite entregar a rapadura, e continuar divertindo até conseguir.

Agora só estou curioso para saber a vida útil disso. Pela resistência mecânica do Viton®, quando fui cortar, acho que irá durar muito. Ele é bem mais resistente que a borracha nitrílica, que agüentava bem o tranco do desgaste mecânico, mas não agüentou o ataque químico da gasolina com álcool. Se o Viton® for mais resistente mecanicamente, apesar da sua pouca espessura, quimicamente sei que agüenta. Então deve mesmo durar bastante, mas só que vou ter certeza com o tempo.

Tive problema mesmo só com a bomba da Faustina. Ela é uma Rural, com o tanque bem mais longe e muito mais baixo que o do Edwaldo, que é Jeep. Nela a bomba tem um trabalho a mais para tirar a gasolina do tanque. No Jeep não tive problema algum, pois o tanque dele é em um nível acima da bomba, e ela trabalha afogada e mais tranqüila. Tanque de Jeep é embaixo do assento do motorista, uma esquisita diferença que só  Jeep tem. Continuarei rodando com ela somente com as válvulas Celeron®, mas se amolarem coloco as guarnições de Viton®. As válvulas da bomba dele deram uma passagem igual à que a bomba da Faustina dava, somente com Celeron®, mas nele o funcionamento está perfeito.

Estão vendo porque mecânico não gosta de reformar bomba e preferem trocar? Bomba é bomba! Já falei que pelo preço não compensa mesmo. Os mecânicos tem que ganhar dinheiro, e se perder tempo, danou-se. Realmente é muito mais prático colocar uma bomba nova. Perde-se tempo também com as conexões e caninhos, que vez ou outra dá um merejamento ou até  vazamento de gasolina. Por isso também é que mecânico prefere as mangueiras usadas na bomba selada.  Já nós, donos dos carros, pedimos é diversão com eles, e podemos perder o tempo que for necessário. Se não for assim, não vejo sentido em ter um carro antigo. Com isso, continuo mantendo minhas bombas originais funcionando, com os caninhos levando e trazendo combustível, e conseguindo que motor do carro nunca afogue. Espero que com essa invenção de moda de agora elas durem por muito tempo !

Seguem essas fotos, que também devem dar uma melhor noção da façanha.

Abraço à todos,

23/01/2008

Walter Júnior - B. Hte. -
waltergjunior@waltergjunior.com




As válvulas de entrada e saída da bomba da Faustina.

As válvulas de entrada (em cima) muito inchadas, e dobradas, calçadas pela carcaça.

Mesmo inchada a válvula de saída (em baixo) funcionava corretamente. Há mais espaço para ela na carcaça.
 


 
As válvulas de entrada e saída da bomba do Edwaldo.

As válvulas de entrada (em cima) também inchadas, e interferindo com a carcaça.

A corrosão na bomba do Edwaldo é conseqüência dela ficar sem funcionar por um ano.

 É esse pó branco agarrado à carcaça. É o óxido do material da bomba, que é facilmente retirado com uma mistura de água e vinagre.

 

A deformação das válvulas de borracha que foram retiradas
Inchadas e bem maiores que deveriam.
A válvula da direita na primeira foto é uma de borracha no diâmetro correto.
Na segunda foto as válvulas deformadas comparadas com as novas de Celeron
®.

Começando a confeccionar as válvulas
A chapa de Celeron
® e a borracha nitrílica

O croquis da válvula

Com ele qualquer torneiro faz as válvulas para você. Só que o mais interessante é divertir com o carro.

Então, use esse croquis para fazer você mesmo as válvulas, e aproveite para trocá-las.

 

Confeccionando as válvulas
Hora de cortar, furar e esmerilhar. Parti de um quadradinho de Celeron
® de 1" x 1" (25x25mm).
Com isso fica um sobre-material a ser retirado, e dá maior condição de ir arredondando as válvulas.

O início da "usinagem"
O arredondamento inicial foi feito à mão mesmo

"Usinando" as válvulas
O "mandril" na furadeira. Depois é só ir cortando devagarzinho até o diâmetro pretendido, que é de13/16"

As válvulas prontas
O "mandril" usado era mais fino que o furo final. Reabrir o furo central para3/16" ou 5mm.
Foram em duas bombas que adaptei as válvulas, e os pinos das válvulas dos reparos tem diâmetro maior que os pinos originais.
Por isso duas cotas para o furo central. Vai depender do pino da sua bomba.
A válvula deve deslizar no pino. Deve ficar justa, sem folgas e sem prender no pino.

As válvulas montadas
Muito cuidado ao bater os pinos. As peças são de antimônio, e as sede das válvulas são fáceis de quebrar, pela pequena dimensão.
São essas três nervurinhas ai, que já me fizeram sucatar dois corpos de bomba. Mas continuo com um tantão de sucata, para tirar peça.
 

A junta da tampa da bomba
É essa peça, juntamente com a tampa e o corpo, que forma o "segundo estágio". É ela que cede quando a pressão aumenta.
Usei a borracha nitrílica que foi comprada para fazer as válvulas anteriormente, e que não deram certo.
Mais fácil de furar e dar acabamento nisso com a micro-retífica. Mais fácil e rápido que vazadores e outros recursos.
 

Montando a bomba
Está ai embaixo um macete para montar corretamente a bomba.
Prenda a haste na morsa e levante a bomba. Monte o corpo apertando os seis parafusos. Pode soltar a bomba !...
Até prender tudo dá um pouco de cansaço por ficar segurando a bomba. Mas não desista que dá certo. 
Isso faz com que o diafragma seja puxado para baixo. Assim a montagem vai ser mais segura e perfeita, sem risco de dobrar ou rasgar o diafragma.

Nem tudo é mel !...
A bomba da Faustina já tinha sido testada, mas deu problemas com a passagem que tinha nas válvulas novas de Celeron®,
e que não vedavam completamente. Retifiquei a sede com uma "rasquete" feita com um pedaço de lâmina de estilete.

O acabamento
Depois de retificada, polí a sede da válvula com lixa fina - 320 e 600.
Isso é muito rápido de ser feito. O material da bomba é muito macio.
Mesmo assim as válvulas ainda não vedaram completamente. Mas gostei da idéia, e vou fazer isso em toda bomba que for reformar.

A guarnição de Viton® enlonado
É uma arruela como a própria válvula, tendo inclusive as mesmas medidas, e somente a espessura menor.
Essa bolacha branca é de Teflon
®, também presente do Weigand, e que não usei.

 

A montagem final
A válvula de entrada da bomba, em Celeron
®, com a guarnição de Viton®, logo abaixo dela.

Coloquei a guarnição nas duas válvulas, e tive uma vedação ótima. O funcionamento do motor mudou bastante, para melhor.

O filtro do Edwaldo
Estas fotos, daqui para frente, são só um exemplo do que foi dito e não foi mostrado.
É para os que não conhecem o filtro com vidro de remédio, antigo mas eficiente. Excelente !
Este é o filtro do Edwaldo, mas o da Faustina é igualzinho.

 

O filtro da Faustina
Na primeira foto ele vazio, durante a montagem dela. O motor ainda era Vermelho Góia, cor errada, que serve bem é em chassis de camihão.
Na segunda foto ele cheio, trabalhando, e o motor já re-retificado e pintado no vermelho correto da Willys.