Limpador à Vácuo - Reservatório
Certa vez, achei uma conversa na intenet sobre o limpador à vácuo do Jeep. Me pareceu uma conversa de quem não conhecia bem o sistema, mas queria conhecer. Só que no final, ficaram sem saber como funciona o motorzinho à vácuo. A conversa é a que se segue, transcrita com exatidão. Apenas troquei os nomes das pessoas, pois não é minha intenção nem criticar, nem expor ninguém:
Amigo 1: Será q algum amigo solidário poderia esclarecer uma duvida? como funciona o tal lipador de vidro a vacuo q de vez em quando aparece alguem perguntado sobre o bendito ai no forum... ???O motorzinho à vácuo do Jeep, da Rural, ou de qualquer outro carro antigo, funciona com vácuo retirado do coletor de admissão. A grande maioria dos carros fabricados antes da década de 60 do século XX, tinha mesmo era o motorzinho à vácuo. E de fábrica! Então porque criticar o coitadinho, uma vez que ele é uma das características de um tanto de carro antigo ? No Jeep ele é um barato. O esquerdo, do motorista, pois o direito é digital. Isso mesmo, digital, você funciona direito com os dedos, balangando prá lá e prá cá o limpadorzinho manual. Do direito gosto demais, num estraga nunca, mas num dá prá dirigir e balangar o limpador o tempo todo. É um carro mesmo diferente o Jeep, singelo e robusto, feito prá guerra, e que achou no serviço pesado sua maior vocação. Mas, pode acreditar, eu sempre torço para chover quando estamos no meio do mato com o Edwaldo, pois desde a forma de ligar o motorzinho, girando a alavanquinha e abrindo o vácuo, até o barulhinho que ele faz, tira a gente da rotina, nos levando para outros pensamentos, longe do dia-a-dia. Num é essa a razão da gente ter um Jeep nos dias de hoje ? Ninguém precisa dele para viver, para trabalhar, salvo raríssimas excessões. Só para divertir. Então, se quiser um motor elétrico, pense bem, num é um Jeep que você quer ter. É na verdade um carro mais novo, que já tem limpador de pára-brisa elétrico, de duas velocidades, temporizado e que até liga sozinho através de um sensor de chuva.
O vácuo é realmente retirado do mesmo local onde é retirado o vácuo do servo-freio, mas o fato de ter que tirar o pé do acelerador para o limpador funcionar não é completamente correto. Estando o motorzinho a vácuo em bom estado, sem vazamentos internos, a tubulação toda certinha,que é curtinha e sem segredos, o limpador vai até parar, mas muito raramente. O que ocorre é que quando você tem que acelerar mais fundo e aumenta muito a abertura da borboleta do carburador, a mistura entra com maior facilidade para o motor, através do coletor de admissão. Então o vácuo no coletor cai tanto que o motorzinho pode acabar parando, sufocado por falta de ar. Num seria melhor dizer, sufocado por excesso de ar ?!... Isso não ocorre sempre, mas somente em aceleradas mais críticas mesmo, como em pontos mais difíceis numa travessia de serra, por exemplo. Naquela época, para alguns isso era um incomodo, principalmente para os que tinham carros com o motorzinho à vácuo e mais rápidos que um Jeep. Existia, para eliminar essa ocorrência, uma bomba de gasolina com a bomba de vácuo acoplada, mas essa opção foi empregada mesmo nos carros mais luxuosos, ou pelos donos mais zelosos. Uma bomba dessas me foi oferecida pelo Expedito, há um bom tempo, mas não animei em comprar para reformá-la, pela falta de peças e reparo de uma bomba dessas. Se bem que fazer as peças não é impossível, e até divertido. Mas conseguimos comprar uma bomba de gasolina com a de vácuo acoplada nos dias de hoje. Já vi delas em páginas de venda pela internet, onde achamos de tudo, mas vi somente usadas. Uma nova é fácil de se achar nos Estados Unidos, já fabricada usando materiais para os combustíveis atuais. Acredito que usam Viton no lugar da borracha nitrílica, solução que usei fabricando o reparo das minhas bombas de gasolina. Se for, confirma que minha solução para o reparo das bombas de gasolina não é exclusividade. Vi uma para o Willys F4-134 por USD$ 100,00, sem frete e imposto. Essa serve perfeitamente no motor Willys F6-161, e conseqüentemente no brasileiro BF 161, diferindo somente na montagem no motor, que é feita de cabeça para baixo. Ponta-cabeça num tanto de lugar do Brasil, né isso mesmo ?
Outras soluções criativas também foram dadas pelo pessoal que usava o Jeep por necessidade. Uma dessas soluções, usadas pelos antigos, me foi contada pelo ruralista, pissuidor de carros antigos, entendedor e apreciador da boa mecânica, Sílvio Romero . O Sílvio, fluminense de Niterói, papa-goiaba como ele mesmo me explicou em uma visita que me fez em 07/2009, me contou sobre essa solução. Falou de um reservatório de vácuo que colocavam na linha de vácuo do limpador do Jeep. "Com uma válvula de retenção, Sílvio?", perguntei tirando a dúvida na hora. "É !", disse ele, ficando essa conversa por isso mesmo. Por isso mesmo nada, pois o Sílvio tinha me ensinado uma que eu realmente iria colocar no Edwaldo. Ai o limpador, que para de vez em quando, não pararia mais. Ficaria com o Edwaldo "moderno", usando uma solução caipira, mas perderia a brincadeira de evitar que o limpador parasse, dosando o acelerador nos subidões. E foi essa dúvida que me atrasou na montagem. Só que, pensando bem, essa modificação é revertida só com uma simples emenda de uma mangueirinha, que de tão curtinha, é mais fácil trocar inteira.
Uma vez decidido em alterar a originalidade do Edwaldo, parti para procurar as peças a adaptar. Você não tem que tirar o pé do acelerador para o servo-freio funcionar, hora alguma, num é mesmo ? O servo-freio tem válvulas de retenção, e os carros VW possuem um filtro/reservatório no meio da linha até a cuíca, que poderia ser usado. Esse filtro é preenchido de carvão, para absorção de vapores de combustível. Comprei a peça usada, de Kombi, e também a válvula de retenção. A válvula usei uma de esfera, comprada em casa de conexões e mangueiras.
Vou dizer à mais somente o resultado. O limpador do Edwaldo, com o motor desligado em marcha-lenta, consegue fazer 3,5 ciclos, o que é mais que suficiente para o motor repor o vácuo do reservatório sem que o limpador pare. Perdi o brinquedo de evitar que o limpador pare, dosando o acelerador. Pode ser até que o limpador pare em algumas situações extremas e raras. Mas isso já é extremo e raro num é à toa.
Como explicação do feito, deixo esse tanto de retrato ai prá baixo. E pense bem: O limpador à vácuo original do Jeep não é um grande mico, mó furada, e sim um grande barato, mó legal. Diria até Xuxu Beleza, Bilu Teteia, Uma Uva, Tinindo de Rosca, Paz e Amor. Coisa de Cocota da Savassi, e não é coisa de Boco Moco Chegando da Europa, né mesmo ? Podes Crer, Amizade !
Abraço à todos,
22/12/2011
Walter Júnior - B. Hte. -
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